O acompanhamento dos rabiscos escritos que as crianças realizam na tentativa de representar o mundo, faz parte dos campos de experiências da Educação Infantil. Nestes é possível nas aulas diárias, explorarmos variadas possibilidades de traços como emaranhados, riscos, círculos, espirais , todos de modo bem pessoal.
Estas garatujas, no Centro Educacional M.Fialho, são valorizadas. Todos os meses são realizados coletas de desenhos para acompanharmos o desenvolvimento de ampliação de coordenação motora e escrita de nossos alunos.
O desenho evolui com a criança, e é um importante recurso para o seu desenvolvimento, muitas são as vantagens que o desenho oferece:
- Proporciona o desenvolvimento da psicomotricidade, em especial da motricidade fina;
- Estabelece as bases para o posterior desenvolvimento da escrita e da leitura;
- Aumenta a auto-confiança (sempre que se veja correspondida pelos pais e educadores);
- Desenvolve a criatividade, imaginação e expressividade;
- Ajuda a criança a expressar as suas emoções, necessidades e interesses de uma maneira não verbal, dado que por vezes a criança não sabe, não pode ou não quer expressá-las de maneira verbal;
- Por vezes, serve-lhe como meio de expressão, descarga ou sublimação da agressividade;
- Ajuda a criança, em especial nos primeiros anos, a reforçar as ligações nervosas e a criar outras novas;
- Promove o amadurecimento emocional, intelectual e psicomotoras;
- Contribui para a formação da personalidade… (entre outros).
O uso do lápis, nestes desenhos e escritas, leva as crianças a realizar as chamadas garatujas. Este ano letivo de 2021, vamos construir O “Portfólio de Garatujas”. Estas coletas seguem uma orientação de evolução por faixa etária como pode ser observado a seguir:
De 1 a 2 anos de idade – garatuja desordenada:
A criança não tem consciência de que o risco é a consequência de seu movimento com o lápis. Não olha para o que faz, segura o lápis de várias maneiras, com as duas mãos alternadamente. Todo o corpo acompanha o movimento enquanto faz o desenho. Faz figuras abertas (linhas verticais ou horizontais) em movimentos de vai e vem.
A partir dos 2 anos – garatuja ordenada:
A criança descobre a relação traço-gesto e se entusiasma. Passa a olhar o que faz, tentando controlar o tamanho, a forma e a localização no papel, variando as cores intencionalmente. Começa a fechar suas figuras de forma circular ou espiralada.
A partir dos 3 anos – garatuja nomeada:
Representa intencionalmente um objeto concreto, através de uma imagem gráfica, passa mais tempo desenhando. Distribui melhor os traços pelo papel descrevendo verbalmente o que fez e começa a anunciar o que vai fazer. Alguns movimentos circulares associados a verticais começam a dar forma à figura humana. A cabeça é desenhada maior do que o restante do corpo.
Dos 4 aos 6 anos – pré-esquemática:
Começa a descoberta da relação entre o desenho, o pensamento e a realidade. Quanto aos espaços, os desenhos são dispersos inicialmente, não relacionados entre si. A representação da figura humana evolui em complexidade e organização – aparecem lentamente os braços, as mãos, os pés, muitas vezes com vários dedos radiados, às vezes o corpo aparece. A criança desta fase não consegue organizar graficamente um todo coerente. Os objetos são desenhados de forma solta e a relação entre eles é subjetiva. Em relação à cor, a escolha é subjetiva e ligada às emoções do que está sendo vivido.
Como pode ser observado, o universo escolar infantil é composto principalmente por ensinamentos onde são utilizados materiais concretos. Os alunos são encorajados a observar, visualizar e tocar com as mãos diferentes ferramentas em diversas posições espaciais e corporais. E a construção diária de uma coleta destas garatujas , servirá de referencia de ampliação de aprendizado e coordenação motora para toda a Educação Infantil.